Bom, apesar da distância entre Paris e Tokyo, o voo da Qatar Airways foi muito bom, com direito a escolha de jantar ocidental ou oriental. Para chegar até o aeroporto Charles de Gaulle, pegamos o metro até a estação Opera e caminhamos até o ponto do ônibus Roissy que faz a linha exclusiva até o aeroporto (cerca de 10,50 euros por pessoa). Do aeroporto de Haneda em Tokyo para o hostel também não foi difícil, pois todo o sistema de trem e metro é bem sinalizado e pontual. Aliás, nunca vi tamanha limpeza, organização e pontualidade e oferta boa de máquinas para comprar o bilhete. Na minha opinião, supera os sistemas da Alemanha e da Suíça que eram meus melhores padrões de qualidade. Nas ruas também percebem-se a as ótimas limpeza, organização e a educação dos japoneses. No hostel não poderia ser diferente, pois o quarto bem limpo, com ar condicionado, chinelos para se usar dentro do hostel, vários banheiros compartilhados muito limpos e modernos, salas de duchas e pias higiênicas separadas. Cozinha e área comum organizada, limpa e bem equipada. Enfim, tudo no hostel é bem explicado e sinalizado pelos avisos. Algo inimaginável, pelo menos para mim, num hostel econômico.
A primeira experiência num restaurante japonês fora do Brasil foi engraçada e um embaraçosa. Como sabemos somente dizer algumas palavras básicas em japonês, fomos a um restaurante indicado pela recepcionista do nosso hostel. Olhamos o menu do lado de fora que mostrava alguns pratos, mas tudo escrito em japonês. Hesitamos um pouco, mas acabamos entrando com a premissa de que o menu de dentro tinha fotos dos pratos. Nesse caso nem precisaríamos do menu em inglês. Foi quando o garçom nos trouxe o menu sem fotos dos pratos e tudo escrito na sua maioria em kanji (o tipo de ideograma mais difícil) e disse que não tinha o menu em inglês. A nossa última esperança era que ele falasse em inglês. Ele só balançou a cabeça em sinal de negativo. Nesse momento olhei para a Cá e falei: ferrou! Então, disse a ele em japonês muito ruim que eu não conhecia a língua japonesa. Depois desisti de tentar japonês, e falei em inglês, que assim sendo não conseguiria ler o menu e teria que ir embora. Acho que ele entendeu e ao mesmo tempo dissemos: I´m sorry. Saímos do restaurante constrangidos e com mais fome ainda, mas não teve jeito. Moral da história: sempre pergunte em inglês se eles tem menus ilustrados ou em inglês.
Usar o banheiro não foi uma situação engraçada por pouco, pois já havia lido e conversado sobre isso com algumas pessoas. Para quem estiver curioso acesse esse
link que traz com detalhes essa e outras curiosidades. Foi muito instrutivo saber como usar todos aqueles botões do vaso sanitário indicados em japonês. Falando em palavras japonesas, algumas delas me deixaram intrigado. Por exemplo, fiquei perplexo em saber que eles usam a palavra "depato" para department store, "konbini" para convenience store, "chiketto" para ticket. Fui pesquisar sobre o assunto e descobri que o nome para isso é
Wasei eigo, ou seja, japonês feito do inglês.
Outra coisa interessante é o metro de Tokyo, uma das 5 maiores do mundo. Começando pelo fato de haver 10 companhias que administram e são proprietárias das diversas linhas. As 3 maiores, que são a JR, Tokyo Metro e Toei, compartilham alguns tipos de bilhetes únicos (PASMO e SUICA por exemplo) que podem ser recarregados e utilizados em qualquer uma das 3 companhias. Como todas elas dividem as estações físicas, construindo seus acessos próximos uns dos outros, a tarefa de encontrar a rota entre duas estações torna-se mais interessante, pois nem sempre existe uma rota única. Então além da variável tempo, você terá que controlar a variável preço, pois as linhas tem preços diferentes. Quem quiser saber mais sobre o metro de Tokyo pode ler esse
artigo muito bem escrito e interessante.
Agora, vamos falar sobre os pontos turísticos que visitamos durante os 5 dias em que ficamos nessa cidade interessantíssima.
Região de Asakusa
É uma região muito turística que possui vários templos e recebe muitos festivais. Visitamos o maior dos templos budistas chamado Senso-ji. As ruelas que dão acesso ao templo estão repletas de lojas de souvenirs, comidas e roupas. Visitamos também o Hozomon, enorme portal do templo, e a Pagoda que é uma torre com arquitetura típica de 5 andarem para fins religiosos.
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| Torre Sky Tree |
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| Portal Hozomon |
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| Hozomon |
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| Visão noturna da rua que dá acesso ao Hozomon |
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| Templo Senso-ji |
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| Torre Pagoda |
Região de Ueno
Próximo à estação de metro de mesmo nome, pode-se ver um parque muito bonito. Andamos mais um pouco para ir até o Museu Nacional de Tokyo que é um complexo formado por 5 edifícios. Visitamos o maior deles, o Honkan, que continha várias quadros, pinturas, fotos e muitos objetos relacionados à cultura e à história do Japão. Recomendamos fortemente para quem se interessa por espadas, porcelanas, pinturas e vestimentas japonesas.
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| Museu Nacional de Tokyo |
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| Armadura samurai |
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| Espada samurai chamada Katana. A antecessora da Katana foi a Tachi que é ligeiramente diferente |
Região de Harajuku
Imediatamente quando saímos do metro Harajuko, observamos vários adolescentes vestindo uniformes escolares em pleno domingo. Conforme íamos andando pela rua Takeshita, víamos mais tipos fora do padrão, como por exemplo, um rapaz vestido de sapo e outros vestidos de personagens de vídeo game e anime (cosplay). Não se assustem, pois esse bairro é assim mesmo, e justamente isso que o torna interessante! Depois, passeamos pela avenida Omotesando, onde existem muitas lojas desde Luois Vuitton e Dior, passando por Gap e Zara, até outras marcas locais.
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| Entrada da Rua Takeshita |
Região de Shibuya
Imediatamente quando definimos que vínhamos para Tokyo, a imagem daquelas pessoas quase correndo e atravessando um cruzamento da cidade veio a minha mente. Quando chegamos lá pude ver esse frenético atravessamento de ruas ao vivo em frente à estação de Shibuya de metro. Nessa região existe uma enorme quantidade de lojas de tudo que se possa imaginar: restaurantes bem variados, cada um servindo algumas especialidades; cafés estilo starbucks e outros tipo os franceses; grandes magazines como Zara, H&M; lojas de departamento (depato) que ocupam edifícios de vários andares; lojas de jogos; hotéis de 3 a 5 estrelas; clubes de acompanhantes; e muitos outros tipos. Um ponto turístico muito fácil de achar é a estátua do cão Hachiko famoso pelo filme "Sempre ao seu Lado", pois ele fica na saída da estação.
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| Cruzamento famoso em frente à estação Shibuya |
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| Mesmo cruzamento à noite |
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| Hachiko |
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| Estacionamento de bicicletas |
Mercado de Tsukiji
Esse era um dos lugares que tinha vontade de conhecer desde que fiz meu primeiro curso de sushi e sashimi há uns 12 anos atrás. O mercado de peixes de Tsukiji é o maior do mundo e muito famoso pelo leilão de atum que acontece às 5 da manhã. Não conseguimos fazer o vídeo, pois não conseguimos acordar às 4 da manhã para chegar lá a tempo. Como o leilão termina lá pelas 6:00, resolvemos acordar mais tarde e ir olhar somente o mercado de peixes e frutos do mar que é aberto ao público. O que impressionou, novamente, foram a limpeza e organização. Não se sente cheiro de peixe, pois se o peixe cheira é porque já está ruim para o consumo, e sim, apenas um cheiro de mar. Existem vários vídeos na internet sobre o mercado, leilão de atum e limpeza dos atuns. No mínimo, vale a pena dar uma olhada para ver como é interessante.
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| Mercado de Tsukiji no final do expediente |
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| Fila de espera para almoçar nos restaurantes em Tuskiji, especialmente os de sushi |
Região de Akihabara
A área próxima da estação de Akihabara é o paraíso dos eletrônicos. Tudo o que imaginar irá encontrar lá nas lojas gigantescas de aparelhos eletrônicos, de vídeo games antigos e de games. Os amantes de animes e mangás também encontram diversão garantida, pois existem lojas dedicadas especialmente a esse público.
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| Frente da estação de Akihabara |
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| Máquina de tentar pegar os itens (bonecos, comida, jogos,...) |
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| Máquina de Pachinko (desculpem a má qualidade da foto) |
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| Jogo de corrida de cavalos virtual (desculpem a má qualidade da foto) |
Pratos Típicos Degustados
Se você, caro leitor, está ainda não fez sua refeição, já vá pensando em onde fazê-lo, pois as fotos abaixo o deixarão faminto.
Deixando de lado a brincadeira, este é um assunto muito sério para mim, pois adoro vários pratos da culinária japonesa que foram me apresentados, quando eu era criança, pelos meus avós e pais. Quando fui para São Paulo, fiz alguns cursos de culinária japonesa, experimentei vários pratos novos, expandi meu conhecimento dessa culinária. Contudo, só tinha provado pratos japoneses feitos no Brasil. Agora chegou a hora de provar os pratos no seu país de origem.
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| Sashimis para viagem |
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| Vários tipos de pães japoneses e também franceses |
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| Doces japoneses e franceses |
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| Vários restaurantes expõem fotos dos pratos, mas este foi além. |
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| Uma das muitas máquinas de bebidas espalhadas pela cidade |
Sushi
Saboreamos vários sushis (niguirizushi), a maioria deles nos restaurantes do tipo kaiten, onde os sushis são preparados na hora e dispostos numa esteira na sua frente. Fomos em dois tipos: um em que a esteira vai passando com vários tipos de pratos e outro onde você faz o pedido pelo monitor e o pedido vem por meio de um carrinho na sua frente.
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| A esteira passa na sua frente com esses deliciosos pratos identificados com cores diferentes para saber os preços |
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| A quantidade de sushis por prato pode variar |
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| Este é o lugar onde sentamos, fazemos o pedido pelo monitor e recebemos o pedido pelo carrinho |
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| Cada posição possui ainda uma torneira de água quente para você fazer seu chá |
Como se era de esperar, os sushis daqui realmente são muito frescos, saborosos e os preços não são astronômicos como por aí. Então, podemos dizer que a diferença basicamente é preço, qualidade do peixe e um tempero do niguiri ligeiramente mais adocicado. Claro que existem vários restaurantes (a la carte) em São Paulo que fazem sushis melhores do que os provados nos kaitens, mas achamos esses sushis melhores do que a maioria dos feitos por restaurantes de rodízio (festival) de sushi de São Paulo. Bom, vamos às fotos:
Legenda dos peixes: Nome português/Nome japones/Nome inglês
Atum/maguro/tuna
Salmão/shake/salmon
Atum voador/bin´naga maguro/albacore tuna
Savelhas/buri ou hamachi/yellowtail
Cavalinha/saba/mackerel
Polvo/takô/octopus
Bonito/katsuo/bonito
Lula/ika/squid
Vieira/hotatekai/scallop
Clam vermelho/aka hamaguri/Red clam
Clam akanishi/akasai hamaguri/akanishi clam
Ostra/kaki/oyster
Congrio/anago/conger
Sardinha/iwashi/sardine
Tainha/borá/mullet
Carapau/aji/horse mackerel
Arenque/kohada/herring
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| Albacore atum e atum magro (akami) |
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| O único que não me lembro o nome. |
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| Todos de salmão com os dois da esquerda tostados e ovas |
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| Atum gordo (toro) e o da esquerda tataki |
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| Cavalinha |
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| Polvo cru |
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| Atum com gordura média chutoro |
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| Salmão magro |
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| Savelhas |
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| Bonito |
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| Red clam |
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| Polvo a milanesa |
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| Udon |
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| Akanishi Clam |
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| Ostra cozidas levemente |
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| Congrio |
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| Hamachi (um pouco diferente do buri) |
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| Sardinha com cebolinha e gengibre |
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| Salmão gordo |
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| Buri |
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| Pata de siri verdadeira |
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| Gunkan maki de ovas de salmão e pepino |
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| Vieiras cruas |
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| Ovas de arenque |
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| Tempura de camarão |
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| Salmão com pele |
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| Hokkigai |
Lamen
Provamos os lamens daqui e achamos muito bom! Neste item só consigo lembrar de uma referência no Brasil, os ótimos lamens servidos no ASKA da liberdade. Os que provamos estavam muito saborosos e foram feitos com caldos bem diferentes do ASKA. Então, não dá para comparar.
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| Misso lamen |
Udon e Yakisakana
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| Interior de um restaurante típico |
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| Teishoku yakisakana (peixe grelhado) |
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| Udon de carne de porco e um donburi de tempurá |
Vamos para a próxima cidade!
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