Volta ao Mundo!

Alguns leitores devem estar se perguntando: Por que dar a volta ao mundo? Nossa resposta começa em forma de pergunta: Por que NÃO dar a volta ao mundo? Quando nos conhecemos há uns 12 anos atrás, não compartilhávamos esse sonho, somente minha esposa perseguia esse sonho desde criança.  E se você possui o sonho e não se esforça para realizá-lo, nunca o tornará realidade. Embora achasse essa ideia interessante, nunca a tinha definido como objetivo. A centelha foi acesa em mim quando fomos pela primeira vez para Paris. Conhecer os museus, boulangeries e patisseries, parisienses e seus costumes, cenários históricos, descobrir a cidade de bicicleta ou passeio de barco pelo rio Sena, são elementos que nunca esquecerei... A medida que conhecíamos outros países da Europa, minha vontade de aprender mais sobre eles aumentava. Pronto, meu interesse por viagens estava instaurado. Contudo, isso não implicava diretamente em querer fazer uma viagem sabática de 1 ano pelo mundo. Essa decisão não foi tomada do dia para noite, pois faltavam algumas premissas para sustentar a viagem. Para tomarmos a decisão, listamos todos os pontos prós e contras da viagem. E para nossa surpresa, existiam muito mais pontos a favor do que contra. Essa é a razão de fazermos a pergunta em forma negativa. Para resumir, os principais prós foram:

• Financeiro - havíamos juntado uma reserva suficiente para realizar a viagem
• Profissional - pretendemos fazer alguns cursos técnicos, de línguas e de culinária
• Filhos - planejamos ter filhos num futuro próximo, e viajar com filhos não é uma tarefa fácil
• Conhecimento - aprender história, geografia, artes, costumes e culinária na prática não tem preço
• Reflexão - parar a rotina para reavaliar prioridades na vida pessoal e profissional

Entretanto, o ponto contra mais difícil de superar foi pedir demissão no banco em que trabalhava. Ocupava um cargo equivalente ao de coordenador, não ganhava mal e tinha me esforçado muito para chegar até onde estava. Demorei um mês para me acostumar com essa ideia e percebi que se não fizéssemos essa viagem agora, provavelmente nos arrependeríamos no futuro. Então, finalmente, munido dessas premissas e convencido de que essa era a hora, tomei coragem e pedi demissão. Claro que temos receio e até medo de que na hora em que voltar para o Brasil não consigamos empregos. Mas esse risco faz parte da vida, e como dizemos no mercado financeiro: "sem risco não há retorno".  Assim, terminamos com a mesma frase que iniciamos este texto: Por que NÃO dar a volta ao mundo?


Depois de 1 ano de viagem...
voltamos para São Paulo no início de Julho/2015. Não foi difícil nos readaptarmos à correria dessa cidade. O difícil foi conseguir emprego, pois estávamos e ainda estamos passando por uma grave crise econômica e política. Contudo, depois de 2 meses e algumas entrevistas conseguimos novos empregos. Voltei a trabalhar no mesmo banco, mas numa outra área, enquanto ela começou num grande hospital. No meu caso, as experiências da viagem me impulsionaram também na carreira! Além de ter me tornado uma pessoa melhor em todos os sentidos, especialmente, mais empática. Retornei ao emprego como especialista de risco, tornando-me coordenador e gerente em menos de 3 anos.