Estações do Mundo: Volta ao Mundo Jul/14 - Nepal

Desembarcando em Kathmandu, tivemos a primeira surpresa do dia, uma fila enorme para passar pela imigração e pela área que concede o visto. O visto é feito no hora preenchendo alguns formulários e colando uma foto. Se não tiver foto, não se preocupe, pois tem lojas em que você pode tirá-las. Depois de 1 hora de espera, pagamos o visto de 30 dias (cerca de 40 dólares), passamos pela imigração e fomos procurar o taxi enviado pelo hotel que deveria estar nos esperando no aeroporto. Esperamos cerca de 1 hora e não achamos. Um senhor simpático ofereceu ajuda, já avisando que não cobraria por isso. Aceitamos, e ele gentilmente ligou para o hotel do seu celular e falamos com a recepção do hotel. Resultado, tinham nos esquecido e não mandariam um taxi naquele momento porque não estava agendado. Assim, pegamos um taxi com o o senhor que nos ajudou, após termos negociado um preço bom para ambas as partes. Depois de 50 metros o carro parou e tivemos que trocar de taxi. Chegando no hotel, falamos com o proprietário e ele pediu desculpas pela confusão. Tudo bem, afinal isso acontece. No dia seguinte fomos procurar o tão sonhado trekking tour até o Annapurna Base Camp, desviando dos carros e motos enlouquecidos de Kathmandu. Os preços variam bastante entre as agências. Algumas com explicação muito detalhada e outras com falta de informações. Vimos também a proposta do dono do hotel que também possui uma agência de trekking. Não era o melhor preço, mas depois de alguns dias negociando o pacote de 10 dias para o Annapurna Base Camp, decidimos fechar com a agência dele Adventure Bound que estava muito bem avaliada no Trip Advisor e que nos passou confiança. Ele foi o que melhor explicou os detalhes e que mais negociou nossas propostas. Decidimos por um pacote de 10 dias, com um guia que também era porter, ou seja, um guia que consegue carregar até uns 15 kg de bagagem. Essa foi a maneira de economizarmos um pouco, escolhendo um guia-porter ao invés de um guia e um porter. Estavam inclusos no pacote: taxa para TIMS (Trekkers' Information Management System), Taxas para o governo do Nepal, 2 sleeping bags, 3 refeições por dia, acomodações e transportes até o ponto de partida do trekking. Abaixo listamos o cronograma diário, as vestimentas e equipamentos que levamos.

TIMS - Trekkers' Information Management System

Vestuário

Jaquetas e calças à prova d'água e que protegem contra o vento - mesmo se não for época de chuva, sempre é bom estar protegido da chuva e do vento.
Tênis ou botas impermeáveis - além de manter seus pés secos durante uma chuva, também os mantém em trechos com muita lama e água.
Camisas e camisetas tipo dry fit - deixam o suor evaporar, seu corpo respirar e secam muito rápido se lavados.
Down jackets - Jaquetas compactas e finíssimas que protegem do vento podem ser carregadas facilmente na mochila.
Fleece - blusas internas à jaquetas que no caso de frio, podem também ser colocadas por baixo das jaquetas à prova d'água ou down jackets quando estiver muito frio.
Meias de trekking - desenvolvidas para melhor performance ao caminhar.
Toalhas super absorventes e compactas - não ocupam muito espaço e secam rapidamente
Gorros - caso sinta frio nas orelhas ou na parte superior da cabeça.
Cachecol - caso sinta frio no pescoço
Chinelos de borracha - é bom não andar descalço nos abrigos, pois não são muito limpos.

Equipamentos e outros

Trekking poles - bastões especiais que ajudam na caminhada, principalmente quando você está exausto e quase não tem mais forças para caminhar.
Bolsa impermeável - para proteger documentos e eletrônicos contra chuva.
Mochilas confortáveis e com capa de chuva
Garrafas de água de 1 litro (utilizada para purificação de água) e 600 ml
Pastilhas de purificação de água - mesmo sendo a água fervida ainda pode conter impurezas
Repelente de mosquito
Protetor solar e labial
Álcool em gel para higienização das mãos - a higiene não é o ponto forte nos lugares das montanhas.
Pacote de papéis umedecidos
Papel higiênico
Outros produtos de higiene pessoal
Óculos escuros - principalmente nas grande altitudes quando houver montanhas com picos congelados
Faca pequena
Bolachas, chocolates, nozes, frutas secas, sachês de chá e café, etc - o preço desses itens são muito altos nas grandes altitudes

Bagagens

Como contratamos um guia que também é porter, ele levou uma mochila com uns 10 kg, com roupas de duas pessoas, 2 sacos de dormir e a bagagem dele. O total de peso não passou de 15 Kg.
Levamos 2 mochilas, uma para cada pessoa, contendo no total: 2 câmeras fotográficas e 1 de vídeo, 2 garrafas de água, alimentos, documentos e as down jackets, para o caso de emergência.

Acomodações

Nesse trekking as acomodações são bem simples, pois o único acesso é pelas trilhas, não havendo estradas para chegar até elas. Por isso, geralmente, não há papel higiênico nos banheiros e, às vezes, nem banho quente. Mas isso é uma premissa para quem vai vai fazer trekking, certo?
Vendem produtos variados e os preços deles sobe com a altura, o que já era de se esperar.
Os cardápios dos restaurantes são padronizados, assim como o tipo de quarto e a quantidade deles.
Os banheiros não são muitos limpos, então tome banho de chinelo.
Os funcionários são bem solícitos.
Várias delas tem vistas excepcionais e não cobram mais por isso.
Em geral, as refeições são servidas pontualmente.

Cronograma

Dia 0 - Ônibus turismo de Kathmandu para Pokhara e taxi para o hotel
Dia 1 - Taxi de Pokhara até Nayapul, onde o Trekking começa. Caminhada até Tikhedunga - 1540 m (4 horas)
Dia 2 - Tikhedunga até Ghorepani - 2810 m (6,5 horas)
Dia 3 - Subida até Poon Hill e a volta - 3210 m (2 horas) - subida até Tadhapani - 2700 m (6 horas)
Dia 4 - Tadhapani até Chomrong - 2170 m (5 horas)
Dia 5 - Chomrong até Dovan - 2580 m (5 horas)
Dia 6 - Dovan até Machhapuchhre Base Camp - 3700 m (6 horas)
Dia 7 - Machhapuchhre Base Camp (MBC) até Annapurna Base Camp (ABC)- 4130 m (2 horas)
Dia 8 - Annapurna Base Camp (ABC) até Bamboo - 2340 m (6 horas)
Dia 9 - Bamboo até Jhinu - 1780 m (6 horas)
Dia 10 - Jhinu até Nayapul - 1070 m (6 horas)

O Trekking

Esse foi um dos principais motivos para esta viagem de volta ao mundo acontecer. Então, imaginem a nossa ansiedade pela chegada do início dessa aventura. Sinceramente, achei que teríamos mais dificuldades para chegar no Annapurna Base Camp, pois cumprimos todo o cronograma em menos tempo do que o indicado em cada dia. Não foi fácil, pois tenho de confessar que nos dias 2 e 6 fiquei tão exausto que as minhas pernas ficaram bambas no final e dormi 12 horas para recuperar as energias. Em nenhum momento pensei em desistir, pois não se desiste de um sonho, mesmo que ele pareça impossível. Vimos muitas acontecimentos interessantes nessa jornada e aprendemos muito com eles. Por exemplo, vimos várias senhores e senhoras com mais de 50 anos fazendo o mesmo percurso e sem reclamar. Pelo contrário, sempre sorrindo e nunca parando de caminhar. O que nos entristeceu foi ver alguns porters, também com essa idade e outros adolescentes, carregando pesos desumanos nas costas. Achamos os Nepalenses, especialmente os que vivem nas montanhas, pessoas muito receptivas, educadas e calorosas. Enfim, aprendemos muitas lições nessa caminhada que teremos prazer em compartilhar com vocês amigos leitores tomando uma xícara de chá, café ou uma cervejinha quando voltarmos. Para terminar, gostaria de agradecer o nosso guia Ammar Bahadur Grg que foi excelente. Muito organizado, educado e sempre disposto a ajudar. Ele é sócio de uma empresa que organiza Trekkings também e foi contratado pela agência na qual fechamos o pacote. Caso tenham interesse, mandem-nos um e-mail que lhe passaremos o contato.

Fotos